quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Mostra Josué de Castro de Ciência e Tecnologia

O desejo de transformar a educação e a universidade parece nos confundir com o desejo de transformar o Brasil, um País que avança no sentido das suas mudanças, que é palco de um protagonismo encenado pela sua juventude nas expressões culturais, na ciência e na política, que tem um povo sensível às causas nacionais e ao exercício democrático, que se solidariza à dor de outros povos mas, que ainda sofre profunda necessidade de transformar as realidades dos campos, das cidades, das escolas e das universidades.

O sentido das mudanças da universidade deve obedecer o sentido da superação das necessidades dos brasileiros que vivem no campo sob a imposição dos interesses do latifúndio, distantes das realidades das escolas, das universidades, dos museus, dos espetáculos artísticos, das bibliotecas públicas e das instituições políticas. Deve obedecer as necessidades dos brasileiros que vivem nas cidades, que sofrem a falta de saneamento e seus impactos na saúde, que necessitam de moradia e usufruem do transporte público, do hospital público e da escola pública. Por fim, deve obedecer o sentido da superação das necessidades da escola que tem uma parte dos seus atores derivada da universidade a quem recai o papel de conduzir seus processos democráticos, uma escola ainda incapaz de unir as diferenças e de diferenciar as condições dos que não são iguais, e que repreende o exercício democrático dos atores que lutam por ela.
Inspirada na obra de um brasileiro dedicado a uma causa do mundo, a Mostra de Josué de Castro de Ciência e Tecnologia acontece entre os dias 21 e 24 de Janeiro, em Salvador, e faz parte da programação da 6a Edição da Bienal de Cultura da UNE.

O legado da obra de Josué de Castro ainda inspira muitas ações do poder público e da sociedade civil no esforço de combate a fome no acesso à água para consumo humano.

As políticas de segurança alimentar já reduziram em 25% a incidência de fome no Brasil nos últimos 15 anos mas, programas de combate à fome e ações que promovem o acesso à água para consumo humano em comunidades remotas ainda são essenciais para garantia de direitos fundamentais

2008 celebra os cem anos de nascimento desse brasileiro. A mostra de ciência e tecnologia da 6ª Bienal de Cultura da UNE, na busca de aprofundar a reflexão acerca das questões sociais, levando em conta o compromisso da universidade brasileira sobre esses temas, reporta seu olhar ao legado do primeiro homem a se dedicar radicalmente ao enfrentamento de um problema que ainda aflige uma parte significativa da humanidade.

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