quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Josué de Castro, cidadão do mundo


Salve, salve, moçada...

Sou Rafael, filho da dona Rita e do seu Lelo, nasci numa casa cheia de músicos e foi lá em Bauru onde me liguei que precisava me organizar num coletivo. Depois de 9 anos, cá estou! Topei enfrentar o desafio de coordenar a mostra de ciência e tecnologia da 6ª Bienal de Cultura da UNE.
Bem, por que Josué de Castro? Menino pobre de Recife, cresceu vendo homens e caranguejos dividindo a lama do mangue para garantir a sobrevivência. Escolheu ser médico, mas mais importante que a escolha da profissão foi a opção por se posicionar no mundo política e cientificamente. Escolheu ficar ao lado dos famintos, dedicou-se a mapear a fome no Brasil.
Muito se pode falar sobre a vida desse brasileiro, por hora quero direcionar a nossa atenção ao ser brasileiro! Ser brasileiro com a força de um Brasil alegre, mas com a fraqueza de um Brasil faminto.
Pois bem, essa biografia responde uma parte do “por que Josué de Castro?”, a outra parte a gente encontra na cota da universidade brasileira, um espaço direcionado à pesquisa, à produção tecnológica, à construção do saber, mas como todo elemento inserido na lógica do capitalismo, um espaço carregado de um sentimento individualista. Um espaço onde a propriedade intelectual vale mais [muito mais] que a livre circulação do conhecimento.
Então escolher Josué de Castro é também uma homenagem, mas é, sobretudo, uma provocação à academia. Queremos dizer que pensamos um outro modelo de educação. Queremos gritar que um novo Brasil está em marcha e que a universidade tem que acompanhar o ritmo do país. Enfim, nessa luta a juventude fez sua opção: Josué de Castro, estamos do seu lado!